Giberela na cultura do trigo

Por Regional 24 Horas em 26/07/2023 às 14:34:27

(Fonte: Douglas Lau 2013)

O trigo é um dos cereais mais consumidos no mundo todo; na nossa região, ele se apresenta como uma alternativa de cultura de inverno e em um sistema de rotação com a soja. Como qualquer outra cultura no campo, o trigo tem algumas pragas e doenças que afetam seu crescimento e desenvolvimento; hoje vamos atentar para uma doença preocupante e que pode causar grandes perdas, a giberela.

Giberela do trigo é uma doença fúngica, causada pelo fungo Giberella zeae, é monocíclica, de infecção floral; o fungo sobrevive entre as estações de cultivo em resíduos vegetais, desenvolvendo-se em certas condições climáticas, como períodos prolongados de chuva (superiores as 48h) e temperaturas médias elevadas (20°C); em resumo, alta umidade e temperaturas mais elevadas favorecem o surgimento da giberela.

No trigo os prejuízos mais relevantes ocorrem no período reprodutivo, no início da floração, atacando principalmente a espiga da cultura. Há duas maneiras básicas de infecção nos tecidos da espiga, sendo estas através das estruturas denominadas macronídeos e ascósporos. Nos resíduos vegetais o fungo produz esporos assexuais, são os chamados macronídeos, que são liberados e dispersos pelo vento e pela chuva. Já em condições de molhamento prolongado, formam estruturas denominadas peritécios, estas por sua vez liberam esporos sexuais do fungo, chamados estes de ascósporos. Essas duas estruturas (macronídeos e ascósporos), tem a capacidade de infectar as espigas do trigo.

(Fonte; revista cultivar 2022; Formação de macroconídios com as espiguetas de coloração rosada)

Os sintomas observados são nas estruturas das espiguetas chamadas aristas, as infectadas pelo fungo se desviam do sentindo das não infectadas, posteriormente as aristas e espiguetas ganham coloração esbranquiçadas. Quanto aos prejuízos econômicos ocasionados pelo patógeno, destacamos, a má formação de grãos (grãos leves), o abortamento de flores ou formação de grãos chochos, enrugados, de coloração rósea/esbranquiçada, além, é claro, da formação de micotoxinas que podem ser tóxicas tanto para a alimentação animal como a humana, acarretando, desta forma, em baixa qualidade dos grãos e prejudicando o processo de comercialização e processamento dos mesmos.

Assim podemos observar que medidas associativas para o controle da giberela devem ser tomadas, como rotação de culturas (eliminar plantas hospedeiras), atenção às condições climáticas que favorecem o surgimento do patógeno (monitoramento constante na lavoura), utilização de algumas cultivares mais resistentes e, por fim, controle químico.

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Éder Neimar Plautz

Engenheiro Agrônomo pela Universidade Federal de Santa Maria - UFSM

Proprietário e responsável técnico +AGRO Serviços Agronômicos

Perito Judicial em Atividade TJ- RS


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